Inclusão digital

post de 2010, referente ao projeto telecentros.br

Do ponto de vista do processo de inclusão digital já não precisamos mostrar o valor da Internet. As pessoas entenderam que os computadores são ferramentas para que se tenha acesso à informação e, principalmente, servem para a amplificação da voz humana. A Internet é um espaço onde as pessoas conversam. Para entrar fundo neste debate, temos que dissociar a ferramenta do seu fim, Redes são formadas por sinapses entre pessoas. E não pela utilização do computador. As pessoas estão em primeiro plano. E daí, podemos imaginar e elucubrar ferramentas para a formação de redes.

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Sim, estamos fudidos, mas…

A oficina de inclusão digital me trouxe um pouco de esperança pra essa distopia que vivemos. A fala do TC (TAINÁ) de que não somos sobreviventes pq continuamos “fazedores” fez toda a diferença pra gente pensar num futuro possível. Foi incrível ver a quantidade de projetos que pululam brasil afora. Uma diversidade de ideias, de possibilidades e de pessoas que só nos fazem ficar mais juntos.

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Eu sobrevivi ao fim do mundo

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2000, 2002, 2006, 2008, 2010, 2011, eu sobrevivi! 😉

Que venha 2012!

Tá preparado?

E, veio 2012. O filme foi bem mais assustador do que a realidade. A terra se abriu, o fogo e a água tomaram conta do mundo. Um fim do mundo com cara de Noé. As arcas da salvação que selecionam o DNA do sobrevivente. O filme choca ao lembrar que os sobreviventes serão sempre as elites. Os pobrezinhos entraram pela porta dos fundos.

Talvez o que não se percebe é que o mundo que esperávamos no futuro é muito mais difícil do que a nossa trágica realidade. O fim do mundo já foi decretado. Estamos fechando os detalhes do processo.

O fim do mundo como conhecemos não é apenas um exercício de ficção científica. Estamos caminhando a passos largos para um colapso.

Muitos preferem se manter numa bolha negacionista. Pois o tema é bastante controverso, embora, as ciências têm nos trazido informações assustadoras. Estamos vivenciando as mudanças climáticas e o esgotamento das fontes de energia.

Aos desavisados que acreditam que a tecnologia disruptiva vem nos salvar, substituindo o trabalho do ser humano por máquinas, livrando-nos das agruras do cotidiano para, simplesmente, dar-nos tempo para viver, sinto dizer que esse discurso é uma falácia.

Pois, os efeitos degradantes da mudança climática, somadas a crescente centralização das riquezas apontam para a elitização genética da sociedade. Sim, o ser humano pode ser geneticamente modificado e viver mais tempo e melhor se adaptar ao inóspito mundo novo. Mas não pense que isso vai acontecer comigo ou com você. Já assistiu Ellysium?

É bom lembrar, também, da possibilidade da eliminação de grande parte da população mundial (não existe condição para a vida de 9 bilhões de pessoas comuns).

Enfim, esse processo louco que estamos vivendo só vai piorar. Temos que resistir para, pelo menos, manter a esperança.

This is the end

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O fim do mundo como conhecemos não é apenas um exercício de ficção científica. Estamos caminhando a passos largos para um colapso.

Muitos preferem se manter numa bolha negacionista. Pois o tema é bastante controverso, embora, as ciências têm nos trazido informações muitas vezes assustadoras. Estamos vivenciando as mudanças climáticas e o esgotamento das fontes de energia.

Dessas duas variáveis derivam diversos debates de como esse momento de transição podem ser encarados:

Das mudanças climáticas nos parece irreversível. Mas o abrandamento dos percalços criados pelas mudanças podem ser mitigados por uma nova consciência planetária. O abandono das cidades, a volta ao campo, utilização de energia limpa, a economia da escassez, a reciclagem, produção de alimento, cuidados com a água estão na pauta do mundo que se aproxima.

Do esgotamento das matérias-primas energéticas traduz o fim da civilização do petróleo, carregado de todos os signos e símbolos do capitalismo pós industrial. Fim da era do consumo, do capitalismo especulativo, da propriedade privada e muitos temas correlatos tem sido abordado pelos movimentos de transição.

Estamos inseridos numa zona de conflito, numa decisão muito importante para a civilização. Quais os rumos que devemos tomar? Garantir uma transição para um mundo possível ou deixar que os governos se tornem cada vez mais fascistas e tomar esta decisão por nós?

A possibilidade de um colapso geral no sistema demanda urgência que a humanidade não está sabendo lidar.

Uma experiência incrível

Acabei de fechar uma passagem para Proxima b. Pra quem tá ligado na ufologia, na vida extraterrestre, nas descobertas de novos mundos, vou simplesmente dizer um até logo. A viagem é atemporal. Uma dimensão de tempo-espaço desconhecida para nós humanos. Mas tão duca que amanhã devo estar de volta. Um piscar de olhos nos traz experiências incríveis. Não vejo a hora de partir.

Um novo mundo me espera. Amigos ETs com conhecimento dos maiores enigmas da física quântica. Da química sub-atômica, das computações quânticas. Até agendei um pequeno cursinho de fusão de energia limpa para trazer pra minha ecovila, uma comunidade pré-apocalíptica que tem como objetivo trazer aos coleguinhas uma nova versão de civilização.

Em Proxima b não queremos mais o sistema. Nada de consumo abusivo. O marketing não existe mais. Nem a propriedade. Tudo é transacionado por um escambo mental: o que você sabe fazer tem um valor muito igual do que eu sei. Logo, pra que dinheiro? Troca-se conhecimento apenas. E sempre em prol da civilização e dos ets vindouros. A pegada é sempre geracional, no sentido que tudo que se faz para o planeta é absorvido e melhorado pelas novas gerações. É um mundo tipo software livre. É o máximo poder aprender num planeta assim. Mas será que todos esses conhecimento poderão ser replicados aqui na terra?

Já tentei fazer algumas reuniões com os políticos, sabe, aqueles caras que não sabem nada além de fingir que sabem de tudo. Mas não tive muito sucesso. Um deles tá preocupado em se manter no poder para não cair na desgraça numa sociedade prisional. Outro, preocupado com as eleições de 2018, faz maquiagem numa cidade colossal, transformando-a em cinza de uma igreja pentacostal. A maioria, mesmo, tá preocupada em se manter perto do gargalo da corrupção ilimitada. Sei lá, creio que algo não deu certo.

Então, vou me embora. Volto logo para tentar mudar esse nosso mundo. Espero que me desejem sorte nessa jornada para onde nenhum homem jamais esteve.

bjs
HD Dimantas

 

foto da turma

As várias nuances das migrações

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Estava passeando pelo FB e me atentou um link que mostrava 20 cidades que haviam sido abandonadas. Entre elas Bento Gonçalves, MG, devastada pela lama tóxica. Dallol, na Etiópia, virou cidade-fantasma por conta dos altos níveis de calor. Chaitén, no Chile, foi soterrada pelas cinzas de um vulcão. As fantásticas Ilhas Marshall, país-arquipélago na Oceania, estão desaparecendo por conta do aquecimento global. Muitas outras cidades e países estão perecendo pela ação devastadora das mudanças climáticas ou, simplesmente, pela ação do homem. Acidentes como Chernobyl, contaminação por chumbo, zinco e mercúrio são sequelas da era industrial e do consumo.

Vamos aos fatos. Essa erupção de desastres mostram consequências cada vez maiores para a população mundial. Para onde vão as pessoas que são obrigadas a deixar suas casas, sobreviventes do cataclisma global? Desocupação, mudanças, campos de refugiados e migrações passam, de repente, a fazer parte do cotidiano de quem nem tava ligado que uma coisa dessas podia cair dos céus. Velhos, crianças, mulheres e homens perdidos em busca de um lugar novo pra viver.

Numa civilização baseada em propriedade privada, essas pessoas deixam suas posses ao deus-dará. Passam a necessitar dos bons tratos das organizações que cuidam de alojar o maior número de pessoas possível. Nada contra essas organizações. Fazem seu trabalho da maneira que podem. Mas, pensando alto, se a tendência for uma radicalização das intempéries causadas pelas mudanças climáticas, esse número vai aumentar exponencialmente.

A pergunta é: estamos preparados para lidar com esse possível fluxo migratório? Eu não consigo enxergar nas políticas dos países ricos, principalmente os EUA e Europa, uma flexibilização para aceitar os migrantes de todas as partes do planeta. Viveremos diásporas por todas as partes.

Creio, portanto, que deveríamos ampliar esse debate para tentar mitigar um processo que parece inexorável.

As Gambiarras Urbanas (revisitado)

O termo Gambiarra expressa precariedade, ilegalidade. Ele pode servir também para o senso comum definir qualquer desvio ou improvisação aplicados a determinados usos de espaços, máquinas, fiações ou objetos antes destinados a outras funções ou corretamente utilizados em outra configuração. Os fios são gambiarras institucionalizadas como infraestrutura necessária para a vida. Não nos atentamos com o fato de construirmos uma sociedade que se expande na precariedade. Que se desvela por um simples clique da fotografia do cotidiano.

Um clique que nos mostra a fragilidade de todo um sistema elétrico. Uma infraestrutura tão precária que podemos imaginar que o sopro de um furacão, um balanço de um terremoto, ou mesmo uma pequena erupção de uma população insatisfeita possa gerar, porque não, um desligamento, temporário ou permanente, de uma infraestrutura tão preciosa para os habitantes do século 21.

Diga adeus a tua geladeira, pra adega de vinhos bacanas, aos eletromésticos, ao chuveiro elétrico, bye bye internet e sua conexão virtual.

Se quisermos pensar no futuro. Nas pequenas possibilidades que expandem a nossa sobrevivência. Teremos que entender, na teoria e prática, como funciona toda essa bagaça. Precisamos, mais do que ser usuários, assumir a produção coletiva de energia. Nem que seja para ligar uma luz de LED, um computador, um roteador WiFi ou produzir água quente para um banho de gato. Nem preciso dizer que temos também que nos empoderar de tecnologias subjacentes como a replicação das redes de computadores, ou melhor redes ad hoc, nas quais um computador consegue estender a conexão ao computador mais próximo e assim por diante.

O recado é esse. Os fios se tecem sobre nossas cabeças e só os percebemos quando olhamos para cima. Esse olhar singular dos fios elétricos traz uma inserção da gambiarra para o contexto da contemporaneidade. E para a precariedade que estamos inseridos.

Apenas 2 graus

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São apenas dois graus celsius que esquentam o planeta. O que podem esses dois graus fazer? Um planeta tão grande. Dois graus não vão me tirar do cotidiano. Ainda mais, posso ligar o ar-condicionado em plena força e esfriar o meu próprio ambiente. Aliás, o que importa. Uma cerveja gelada para refrescar a alma.

Se é assim que você pensa em enfrentar o aumento global da temperatura, vou dizer: não vai rolar.

A primeira coisa que precisa saber é que as mudanças climáticas estão acompanhadas de uma outra tragédia. O esgotamento das matérias-primas energéticas. E, mesmo que você tenha a disposição um pouco de petróleo pra queimar pra gerar uma energia extra pra fazer teu ar condicionado bombar, as emissões de CO2 somarão as emissões dos coleguinhas que tiveram uma ideia parecida catalizando ainda mais o caos.

É urgente transformar radicalmente a matriz energética.

Deixando de lado que tudo pode piorar. Vamos focar nas consequências imediatas do aumento de dois graus. Não sou climatologista para apresentar um mapa detalhado do que pode acontecer. Mas com certeza o aumento da temperatura planetária vai além do descongelamento das geleiras e das tentativas frustradas dos ursos polares em fugir das condições adversas.

O degelo aumenta a quantidade de água em estado liquido e gasoso. Logo, é de se imaginar que os oceanos vão também elevar sua altura. Pesquisas muito conservadoras apontam para uma elevação de um metro até o final do século. Esse aumento é muito? é pouco? O oceano tem aumentado aproximadamente 2 mm por ano. Isso significa que brevemente, muito antes do final do século, as zonas adequadas para o berçario dos peixes estarão alteradas de forma a romper com o ciclo da muitas espécies. Somada à acidificação oceânica, ou seja, a diminuição do pH nos oceanos. Causada pelo aumento do gás carbônico atmosférico, que se dissolve na água, alterando o equilíbrio químico. Pra quem gosta de sushi, isto é um mau agouro!

Não para por aí. O aumento de dois graus na temperatura modifica a pressão atmosférica, o vapor d’água invade a atmosfera fazendo com que os ventos deixem de soprar como antigamente, e desviam as chuvas de onde tradicionalmente ocorriam. Logo, as bacias, que outrora eram inundadas pelas águas da chuva, começarão a secar. Isto tudo ocorrerá, principalmente, nas regiões equatorianas e subtropicais. O México, a China, a parte mediterrânea da Europa e com certeza a África passarão a conviver com uma seca crônica. Seca significa falta dágua e comida. As plantas morrem, os animais também. Nem vamos falar do aumento de ocorrências de furacões e tornados.

Quem mora nessas região não ficará muito feliz. Vão tentar fugir o mais rápido possível. Hordas de migrantes vão correr para as áreas mais protegidas do planeta. Agora, você sacou o motivo do muro do trump? los mejicanos no son bienvenidos.

Vislumbramos um mundo com poucas possibilidades. Um estado fascista que tenta segurar as mudanças climáticas com fórmulas heterodoxas. Acreditando que o investimento na tecnologia de ponta vai salvar a humanidade (#sqn). Até agora não fizeram nada. Por que acreditar que isso vai dar certo?

E, por outro lado, a auto-organização de pessoas comuns em busca de ambientes sustentáveis, pequenas comunidades e ecovilas. Com tecnologias tradicionais e energia limpa poderiam dar um novo recomeço para a humanidade. Um mundo hippie na sua essência.

Você sabe onde vai querer estar?

Notas das mudanças climáticas

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Há quem finge não acreditar nas mudanças climáticas. Bem, pelo menos a minha impressão é que muita gente prefere não crer a ter que enfrentar mentalmente a destruição da civilização. Um dia vão descobrir que o calor sufocante não é um acaso. Que as secas que assolam as grandes cidades também (ops, são paulo quase mitigou frente a uma seca monstro que deixou seus reservatórios de água no negativo). Mas esses aí não me preocupam.

Mas quando o trump anuncia suas medidas anti-clima, quando ele faz uma proposta de murar as fronteiras, quando ele clama por uma américa grande, pois, isso preocupa. Todas essas medidas da negação à conclamação de uma américa para americanos é uma forma de dizer fodam-se os outros. Dúvido que eles sejam verdadeiramente negacionistas. O governo americano sabe muito bem pra onde o mundo está caminhando. Negar faz parte de uma contra-informação hipernormalizada. Mas ao mesmo tempo, é de conhecimento geral que as zonas equatoriais vão sofrer mais. Espera-se uma desertificação do México, Caribe e parte da América do Sul. E o recado já foi dado. Nos EUA não terão abrigo.

Sinceramente, eu acredito que, tal e qual nós, pessoas, estamos buscando alternativas frente a essas mudanças, os poderosos estão assumindo um tom fascista, ou ecofascista para contextualizar o momento, para garantir a vida daqueles que interessam pra eles. Creem que a população mundial precisa diminuir e, dessa forma precisam controlar os recursos estratégicos para manter sua gente. Enquanto isso os direitos dos povos do sul, a saúde básica, as vacinações, a educação vão pra vala comum da humanidade. E com apoio violento de uma corja de corruptos e criminosos que esperam se sair bem. Pois é, estamos fudidos.